Pesquisas em neurociência indicam que sonhos não funcionam como mensagens sobrenaturais, mas como interpretações cerebrais de emoções, memórias e estímulos internos. Em estudos conduzidos com eletroencefalografia, pesquisadores observaram que sonhos intensos tendem a surgir durante a fase REM, quando há forte atividade cerebral ligada à regulação emocional.
Outro ponto estudado por psicólogos clínicos é a relação entre esse tipo de sonho e a ansiedade. Em pesquisas publicadas em revistas de psicologia, participantes que relataram níveis mais altos de ansiedade também apresentaram maior ocorrência de sonhos envolvendo dentes quebrando ou se soltando. A hipótese mais aceita sugere que o cérebro busca organizar pensamentos e sensações acumuladas, usando símbolos corporais para ilustrar essas emoções.
Há ainda um aspecto fisiológico investigado pela odontologia do sono. Algumas pessoas rangem os dentes durante a noite, condição chamada de bruxismo. Estudos mostram que esse movimento involuntário pode gerar estímulos sensoriais que o cérebro interpreta e transforma em imagens. Assim, a sensação real de pressão na mandíbula pode se converter no sonho de que os dentes estão caindo.
A revisão científica também aponta que preocupações com saúde costumam influenciar o conteúdo dos sonhos. Quando alguém passa por consultas médicas, tratamentos ou vive períodos de vigilância sobre o próprio corpo, o cérebro tende a intensificar imagens relacionadas à integridade física. Como os dentes são estruturas rígidas e importantes para a alimentação e comunicação, eles aparecem com destaque em sonhos durante essas fases.
Alguns pesquisadores analisam ainda o papel da memória. O cérebro reúne fragmentos de experiências antigas e recentes para montar narrativas oníricas. Pessoas que já passaram por tratamentos odontológicos mais invasivos, como extrações ou restaurações complexas, podem ter maior probabilidade de reviver sensações associadas a esses procedimentos durante o sono.
Embora diferentes áreas da ciência estudem o fenômeno por ângulos complementares, há consenso de que sonhos com dentes caindo não têm relação com premonições. Eles surgem como resultado de processos neurológicos, emocionais e fisiológicos. Cada pessoa experiencia esses elementos de forma única, e o cérebro combina essas variáveis para construir imagens marcantes durante a fase REM.